Somos Todos Um Pouco Maricas
- Matheus Aleph Zohar
- 8 de jan. de 2017
- 5 min de leitura

“Outrora, a catarse era a purificação das paixões através do fogo, hoje, é sua liquidação pelo fluxo”
- Jean Baudrillard (Cool Memories IV)
A maioria de nós parece se esquecer da nossa herança ocidental, Greco-Romana. E apesar da interferência judaico-cristã ainda nos debatemos com os velhos costumes, seus conceitos. Basta uma olhada na obra de Platão (nascido na Grécia em 427 antes de Cristo) em particular no Banquete; obra em que é tratado o Amor, através de diálogos entre os convidados de uma ceia onde cada um expõe sua ideia sobre o amor. Sabemos que nessa época a Grécia era caracterizada pelo politeísmo e que, no panteão dos deuses, já estava demarcada a bissexualidade; as relações homossexuais entre deuses, heróis e governantes. Institucionalizando simbolicamente a homossexualidade.
Na antiga Grécia, não apenas a bissexualidade, mas também era aceita, e com certo louvor, a Pederastia; relacionamento entre um homem maduro (por volta dos 25 anos) e um jovem (adolescente entre 12 e 15 anos), com o consentimento dos pais, para que o homem pudesse instruir o jovem, desenvolvendo uma amizade íntima entre eles até que o jovem atingisse seus 18 anos. Era um papel educador, entre mestre e discípulo, em que a homossexualidade era, não apenas aceita, mas estava aliada a instrução e a moral, como um rito de passagem da juventude para a maturidade. Através da homossexualidade se transmitia os valores da época e da sociedade.
Nos dias atuais a homossexualidade ergue uma bandeira sem uma finalidade que vá além de exigir seus direitos, o que empobrece a causa dentro de um contexto social mais abrangente, encabeçada por um grupo que Nunca foi minoria, diga-se de passagem.
No entanto, diferente do que se conhece hoje, para os gregos, fora a pederastia e sua finalidade educacional, a homossexualidade só era aceita abertamente se fosse praticada entre os senhores e seus escravos; ao que parece havia restrições dessa pratica entre os próprios gregos.
Mas foi com o surgimento e ascensão da igreja católica, de tradição judaico-cristã, que a homossexualidade foi expressamente proibida e demonizada, bem como as suas modalidades, entre elas a pederastia. De igual forma o politeísmo foi trocado pelo monoteísmo e sua postura patriarcal, inaugurando a homofobia aliada à religião.

Não nos esqueçamos do mito de Hermafrodito, filho de Afrodite e Hermes, que se transformou em um ser com os dois sexos ao fundir-se com a ninfa Salmacis. O arquétipo do hermafrodita é encontrado em várias mitologias no mundo todo e, em geral, aceito e bem visto. Tal mito vai além do conceito de gêneros; em um nível mais sutil podemos dizer que a Alma luta por uma união de opostos complementares, não pela separação.
Do nosso berço Greco-Romano herdamos o culto ao corpo perfeito e a busca da eterna juventude. Só que, se para os gregos o corpo perfeito estava atrelado a uma alma virtuosa, para a nossa atual sociedade o que prevalece é a egolatria do culto ao próprio corpo; que não deixa de ser uma variante homossexual. Decaímos uma oitava ao condenarmos nossa alma (mente) ao umbral da ignorância. Quando isso acontece o próprio corpo físico se desequilibra.
Do nosso berço Greco-Romano herdamos nossa postura machista, não necessariamente hetero, diante das mulheres; o papel fundamental das mulheres gregas era a procriação; eram obrigadas a dar bons rebentos ao Estado. Havia tanto subserviência quanto dependência do pai, do marido, ou até mesmo dos filhos, entre as gregas e as romanas.
De todo esse programa pró-gay e das demais bandeiras ditas “minorias”, a heterossexualidade está se enfraquecendo em um mundo cada vez mais voltado ao que é semelhante; a busca da semelhança. Para alguns Teóricos da Conspiração, todo esse programa para afeminar o mundo faz parte de uma agenda global para moldar as massas segundo a Engenharia Social.

Se o problema da Superpopulação pode encontrar algumas saídas para uma higienização planetária, entre elas o controle radical da natalidade, a relação homossexual pode vir a contribuir nesse processo, principalmente se os casais homossexuais adotarem crianças abandonadas, causando um impacto social positivo.
Ainda assim, estamos estagnados nas ideologias de gêneros e com isso a confusão vem à tona, longe de esclarecer, cria mais obstáculos e divisões, aumentando a segregação. Se há preconceito de heterossexuais contra homossexuais, há também a via contrária, do homo contra o hetero, e isso está em uma crescente. Pior, todo preconceito é um processo em trânsito, e não apenas de mão única. A hipocrisia, que é alimento para todo e qualquer preconceito, se fortalece entre os próprios homossexuais, a segregação entre grupos é generalizada, pandêmica.
Pandêmica também é a Masturbação Conceitual das Igrejas Cristãs Pentecostais, da Política Retrógrada e das Mídias de Caráter Duvidoso; não acrescento a Igreja Católica aqui, pois esta instituição faz tempo vem sofrendo com o Cancro Duro adquirido ao longo do tempo devido os abusos Político-Sexuais propriamente ditos, além de fomentar o Feminicídio.
E o que é o homossexualismo senão apenas um conceito? Heterossexualismo, Homossexualismo, Bissexualismo, Trans entre outros. Tudo é Conceito. E tal conceito segrega, desumaniza como bem fazem a maioria das religiões monoteístas.

Em um mundo cada vez mais homogeneizado; e isso é fácil constar na decadência da cultura popular, em especial o cenário musical, a guerra das ideologias de gêneros parece florescer usando como argumento a liberdade do discurso democrático, não para esclarecer, mas para confundir; ainda mais se tratando de uma sociedade pouco, ou nada, esclarecida nem enquanto indivíduo e muito menos como fenômeno coletivo. Política e Pornografia se canibalizam entre si.
O mundo está se tornando excessivamente político e erotizado (o termo correto é Pornográfico; o erótico se manifesta de maneiras sutis), cada vez mais e de maneira vulgar, não no sentido moral, mas devido ao emburrecimento e a corrupção das massas. Emburrecimento, aliás, que nasce de um intelectualismo cada vez mais enlatado. Resta-nos a distopia de uma Era Vulgar e extremamente tediosa e que nos leva à ultra-violência gratuita.
Aqui no Brasil nos debatemos com a polêmica da Cartilha do MEC. Não creio que se trata de um processo de educação. Muito antes de uma pretensa “Educação Sexual”, o que necessitamos é de uma Educação Mental mais humanista. Esse papel caberia primeiramente aos pais como primeiros educadores e formadores de valores, depois à escola. Nem os pais nem as Escolas estão preparados para esse desafio.

Antes, porém, o que precisamos é de uma desintoxicação dos (pré) conceitos que nos aprisionam, para isso temos que arregaçar as mangas e encarar nosso lado animal, primitivo, reconhecer essa energia instintual, que está sim desequilibrada, e nos elevar a um patamar acima na escala de Maslow, mas infelizmente para isso, temos que abrir as jaulas que limitam nossa Consciência, reconhecer e sentir o cheiro de Toda a Merda que existe lá.
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