Era de Aquário

Astrologia, Teorias da Conspiração e Profecias sobre o Fim do Mundo

“Não há despertar de consciência sem dor.

As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo,

para evitar enfrentar a sua própria alma.

Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz,

mas sim por tornar consciente a escuridão"

- C. G. Jung

"Quando o Segundo Sol chegar

para realinhar as órbitas dos planetas”

- Nando Reis

A vida é dinâmica. O mundo é movido por mudanças. E assim, como cada ser humano, como cada organismo vivo, estamos em constante transformação. Tais transformações e mudanças vem ocorrendo com maior rapidez e intensidade no mundo em todos os setores, nos trazendo a sensação de instabilidade e, muitas vezes, de desorientação. E isso deve-se também à chegada da Era de Aquário que veio quebrar velhos paradigmas, costumes, crenças, e trazer um despertar para uma Nova Consciência.

Há duas visões bem extremas em relação a Era de Aquário. Uma delas é a crença no fim do mundo. É a visão apocalíptica, do fim dos tempos, do surgimento do anti-Cristo e da volta de Cristo para “salvar” seus “escolhidos” (segundo a crença cristã-evangélica). A outra visão é de cunho esotérica “new age”; é a crença de que Aquário fará com que o mundo seja um lugar de paz e amor, um lugar mais humanizado, com base na igualdade e fraternidade, de consciências despertas e da evolução do ser humano, com ou sem o auxílio da tecnologia. Entre essas duas visões transitam inúmeras Teorias da Conspiração (incluindo a Nova Ordem mundial e reptilianos), Profecias (incluindo o planeta Nibirus).

Há também uma terceira visão; a dos céticos, em geral racionalistas. Daqueles que em nada acreditam e seguem suas vidas despreocupadas e fazendo planos a longo prazo até a morte chegar e pôr um fim em tudo. Simples assim.

Especulações é que não faltam. De qualquer forma o assunto é controverso. E já me perguntaram o que a Astrologia pode dizer sobre isso. Bem, como já comentei em outros artigos, a Astrologia tem as suas limitações, mesmo ela sendo uma ciência antiga que sempre serviu como oráculo para predizer o futuro, e que foi usada por reis, imperadores, nobres e outras figuras de poder. Ainda hoje ela é vista e usada como oráculo, embora seja mais usada como ferramenta de autoconhecimento. Não pretendo neste artigo falar sobre a Astrologia como oráculo, para prever seja o que for.

Então vem a pergunta: Como abordar a Astrologia, ciência antiga que se renova a cada época, nesta nova Era que se apresenta?

Primeiro, precisamos entender que a Roda Zodiacal (círculo ou mandala que abrange doze casas, cada uma correspondendo a um signo e seus respectivos planetas), nada mais é do que um aspecto, a grosso modo, da própria Roda de Samsara, ou Roda das encarnações. E penso que a meta real (ao menos de uma pequena parte da humanidade) é escapar dessa Roda, ou melhor, se libertar desta prisão de ciclos de erros e acertos, envolvendo leis como o Carma, a fim de retornar à nossa Fonte, ao nosso estado original; uma vez que, segundo a visão gnóstica, vivemos a doença da Queda. Claro, isso vai depender do estado de Ser, estado de Alma e estado de Sangue de cada indivíduo.

Se entendermos então que enquanto estivermos aqui encarnados, estaremos sujeitos à Roda Zodiacal; E assim sendo – podemos nos usufruir de todos os benefícios que a Astrologia nos traz, entre eles o Mapa Natal que nada mais é do que a fotografia do céu no exato momento do local em que nascemos. Fotografia esta que revela toda a configuração de nossa personalidade, bem como de nosso potencial, facilidades e desafios durante nossa experiência de vida nesta esfera tridimensional – E repetindo: - Enquanto estivermos aqui, não há discussão, pois, a melhor maneira de nos “movermos” dentro deste labirinto, é fazer desta morada provisória (ou prisão) um lugar mais espaçoso e confortável.

E podemos obter melhores resultados nesse desafio se conhecermos esta configuração cósmica. A não ser que, o indivíduo esteja fazendo um processo gnóstico, em alguma Escola de Mistérios alinhado com a Era de Aquário, para escapar desse ciclo de reencarnação e com isso retornar à Fonte; neste caso o indivíduo, na medida em que avança em seu processo, vai deixando de ser influenciado pela roda zodiacal, com seus signos, planetas e seus aspectos.

Isso porque o livre arbítrio não abrange toda a potencialidade da qual a grande maioria das pessoas acreditam. É apenas um pequeno círculo dentro de um círculo maior, onde nossa mão não alcança, e para alcançar este círculo maior é necessário Consciência e Autoconhecimento, pois para entender melhor o mundo e sua dinâmica, é necessário antes de tudo conhecer a si mesmo, pois só assim, conseguiremos lidar melhor com nossas adversidades.

Mas não nos enganemos. “Conhecer a si mesmo”, sentença que já virou um lugar comum e tem sido mal interpretado, é um trabalho árduo e desconfortável, o que eu chamo, dentro de uma visão cristã, de uma Crucificação Encarnada, ou seja, é o caminhar pelo nosso deserto pessoal, confrontando nossos medos, nossos “demônios”, nossas tentações.

Então, ainda por ora, enquanto estivermos encarnados nesta terra de mescla (bem-mal) e se ainda quisermos continuar presos nesse ciclo de nascimento e morte e renascimento, a Astrologia continuará sendo uma Ciência e uma ferramenta que nos ajudará em nossas tomadas de decisões, como, qual a melhor maneira, para se aproveitar as oportunidades que a vida nos apresenta e de como absorver melhor cada aprendizado. É estar um passo à frente de nós mesmos

Assim, enquanto estivermos debaixo deste Céu Ímpio, doentio, sem fazer o processo de retorno à Fonte, a Astrologia pode ajudar e muito o indivíduo em seu processo de autoconhecimento.

Diferente da ASTROSOFIA, que está ligada a própria gnose (Conhecimento), e cuja meta é uma busca transcendental, através do Nous (intelecto ou pensamento iluminado) dentro desse processo para se libertar da Roda das Encarnações. Enquanto o Astrólogo estuda a parte visível do universo e as influências planetárias no destino comum dos homens, o Astrósofo, por sua vez, vai além, usando os olhos da Alma para perceber a Realidade. Para Buda, como para outros sábios, os nossos cinco sentidos são capazes apenas de perceber a irrealidade (lembremos que aqui Tudo é Maya, ilusão), e que a Realidade é impalpável, invisível aos olhos carnais bem como aos demais sentidos. Seguindo ideia semelhante, temos os aborígenes que acreditam que nós vivemos um Sonho, e que só depois da morte vamos nos deparar com a Realidade.

E é justamente na Era de Aquário que as Escolas de Mistérios se usufruirão da Astrosofia no processo de libertação. E muitas religiões, se não passarem por um processo de transformação alinhado à Era de Aquário, irão desaparecer, e outras aparecerão.

É notável a mudança que esta Era tem causado nas pessoas e como ela tem afetado a todos que, quase sem perceber, se torna uma geração cada vez mais independente e inconformada com o Chumbo da Ignorância, do não questionamento, da aceitação de dogmas e imposições sem discussões que prevalecia na antiga Era de Peixes.

E agora, as manifestações incontidas que não deixam mais calar todos aqueles que buscam quase que sem saber porque, por respostas, verdades, investigam tudo e querem mais a todo o tempo, inclusive investigam e buscam respostas a respeito de si mesmos, na busca do autoconhecimento, ainda que o atual cenário seja de caos e descrença.

No entanto, estamos longe de viver um “mar de rosas”, principalmente neste início de transição. Todas as estruturas da sociedade, da civilização como a conhecemos, serão destruídas e reformadas. Penso que as Escrituras Sagradas da tradição cristã (a bíblia), sempre foram muito mal interpretadas, isso também se deve principalmente ao interesse de instituições religiosas (igrejas) e figuras “espirituais” de poder (papas, padres, pastores), que “representam” os ensinamentos de Cristo na Terra. Além da problemática das traduções e das transculturações.

Da mesma forma foi a interpretação catastrófica do Calendário Maia, que serviu apenas para Hollywood lucrar com filmes cheios de efeitos especiais. Quando na verdade, o Calendário Maia quis nos dar conhecimento sobre o fim de um ciclo (Era de Peixes) e um novo ciclo que se iniciaria, ou seja, a Era de Aquário.

Por outro lado, os mitos sobre a criação do universo, do surgimento do homem e dos demais seres, da anunciação de grandes catástrofes (por exemplo, os grandes dilúvios), se inter-relacionam. O mitólogo Joseph Campbell já nos alertou sobre isso, aliado ao “Inconsciente Coletivo” de Jung. A má interpretação das “Histórias Sagradas”, do conhecimento dos antigos sábios, nos leva a cometer as mais diversas bizarrices, que podem desaguar em um fanatismo religioso ou em um ceticismo total.

Muito antes da personagem Fox Mulder (agente do seriado Arquivo X), já sabíamos que o Governo sempre negou informações, seja sobre Ovni’s, sobre as verdadeiras articulações da Federal Emergency Management Agency (em português; Agência Federal para Gerenciamento de Emergências), sobre a indústria farmacêutica ou a bélica, sobre as máfias e seu real papel na sociedade.

Sabemos também que o risco de nosso planeta ser atingido por um corpo celeste de grandes proporções (meteoro, asteroide, planeta) está longe de ser improvável; nosso planeta é atingido o tempo todo por pequenos detritos, quer seja meteoritos ou lixo espacial; pedaços de satélites ou naves antigas que vez ou outra acabam caindo. Sim, há muito lixo espacial orbitando o nosso planeta além do lixo que cada ser humano produz aqui na Terra o tempo todo. E no caso de um planeta, não precisa necessariamente que um corpo celeste nos atinja em cheio, basta passar perto o bastante para afetar nosso campo magnético, dependendo do seu tamanho; mudando assim a posição atual da Terra, sacudindo as placas tectônicas, criando tsunamis gigantescos ou acordando vulcões adormecidos.

É natural para um organismo vivo, como o nosso planeta, dar seus espirros ou vomitar quando sentir que deve expurgar aquilo que lhe está fazendo mal.

Apesar da ascensão tecnológica e do acesso a informação, a cura para a ignorância ainda está longe de ser descoberta ou inventada para ser usada como vacina. E por falar em tecnologia, o cientista futurista Raymond Kurzweil, é um dos defensores da “Singularidade Tecnológica”, que nada mais é do que um salto tecnológico, em curto espaço de tempo, em que a Inteligência Artificial poderá substituir tudo o que conhecemos hoje; é um evento histórico que não apenas transformará, mas transmutará o ser humano em outra coisa. O sr. Kurzweil chegou a fazer suas próprias profecias, algumas já se cumpriram. Ele mesmo, em uma de suas palestras, já perguntou se havia alguém hoje capaz de viver sem celular. Isso para provar o quanto hoje somos dependentes de toda essa parafernália tecnológica.

Sim, já estamos “chipados” sem precisar ir além com aquela ideia da implantação do chip para “identificação”. Ah, que não nos enganemos com o fato de que já perdemos a nossa privacidade em troca de “segurança”, já que podemos ser vigiados e rastreados em tempo real em qualquer parte do planeta.

Seja como for, teorias conspiratórias, profecias ou teorias tecnológicas, cabe a cada um buscar, senão a verdade, o bom senso em meio a tudo isso. Sempre atentos aos falsos profetas, alarmistas e aproveitadores.

O fato é que a Era de Aquário nos trará mudanças significativas em níveis globais, e em todos os setores. Isso já está acontecendo. E, longe de ser pessimista, é muito difícil de acreditar que a raça humana seja acometida por um despertar coletivo a ponto de iluminar até os piores exemplos de nossa espécie ainda tão primitiva.

Se ainda não conseguimos resolver nossas picuinhas em família, como iremos resolver questões muito maiores? Como resolver questões raciais, geográficas, religiosas, filosóficas, políticas e existenciais se mal conseguimos nos entender com nossos familiares, amigos e vizinhos?

Haverá sim, mais abertura de consciência, as próprias transformações acabarão por “forçar” a isso, como se sacudisse alguém está em sono profundo. Porém, há aqueles que já estão mortos, mas ainda não sabem.

Mateus Machado é Escritor, Poeta, Colunista, Astrólogo, Mitólogo e Tarólogo.

Escreve também para o portal Olhar Crítico

e atende através da MAZ Astrologia e Tarô

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